14 de jan. de 2011

A MISSÃO PROFÉTICA DA CPT NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE

Trabalhadores do Projeto de Desenvolvimento Social Esperança (PDS), em Anapu (PA), criado pela religiosa assassinada, irmã Dorothy Stang, bloquearam as estradas que dão acesso ao PDS como protesto contra a ação de madeireiros na região.
Já há algum tempo a Comissão Pastoral da Terra (CPT) vem denunciando a ação truculenta dos madeireiros na região de Anapu, Centro-Oeste do Pará. De acordo com padre Amaro, da CPT em Anapu, durante as festas de fim do ano, aproveitando-se das férias dos técnicos do Incra, os madeireiros entraram na área para roubar madeira. Os “bofeteiros”, como são conhecidos na região, agem aproveitando a falta de fiscalização eficaz dos órgãos competentes, tanto em nível local quanto federal. A madeira é retirada de áreas de preservação ambiental dentro dos PDS’s.
Segundo padre Amaro, em reunião realizada no último domingo, 9, os trabalhadores decidiram bloquear as estradas, como forma de pressionar o Incra a dar mais atenção à região, e construir guaritas nas estradas que dão acesso ao PDS, para controlar a entrada e saída de veículos na área.
A CPT já denunciou várias vezes à extração ilegal de madeira dentro dos PDS’s. Algumas denúncias foram fiscalizadas pelos agentes do Ibama. Mas, depois que os fiscais se retiram, os madeireiros voltam a agir livremente. De acordo com a advogada da CPT que está acompanhando o caso, Elcia Silva, “ano passado os trabalhadores fizeram uma greve em que bloquearam a mesma estrada. O Ibama foi até o local, fez a fiscalização, chegou até a apreender caminhões carregados de madeira. Agora, os madeireiros estão novamente na área e quando fomos pedir para que os técnicos do Ibama voltem ao local, eles disseram que não poderiam ir. Nós tememos um conflito, pois os madeireiros já falaram que vão reagir à ação dos trabalhadores”.
Ainda segundo informações da advogada da CPT, um
ofício já foi encaminhado para o Ministério Público Federal, em Altamira (PA). Outro foi encaminhado ontem, 13, para o juiz da Vara Agrária, também em Altamira, e os mesmos foram encaminhados para a Superintendência do Incra em Santarém (PA). Segundo Elcia, a superintendente do Incra disse que iria acionar a Polícia Federal para ir até o local.

O SACRAMENTO DO BATISMO II

No primeiro artigo expomos um pouco os fundamentos gerais da teologia do Sacramento do Batismo. Neste que se segue, iremos apresentar algumas reflexões sobre os fundamentos bíblicos, desse mesmo sacramento, passando a seguir a aprofundar, em alguns textos específicos da Sagrada Escritura. Boa leitura!
1. FundamentaÇão bíblica do batismo
Na história do cristianismo, este sacramento é lembrado com bastante ênfase e é atestado pelas inúmeras vezes que aparece no Novo Testamento.
Na doutrina da Igreja, o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia sempre foram apresentados como sacramentos da iniciação cristã e deveriam ser conferidos no percurso de uma única celebração, porém, isto era feito depois de um longo período de iniciação ao mistério e à vida cristã. Na prática, porém, no século V, com a generalização do batismo de crianças eles se separaram, passando a ser celebrados independentes, a ponto de serem celebrados com rituais totalmente distintos e autônomos e terem conteúdos doutrinários próprios quase sem nenhuma relação recíproca.
Pelo simples fato de batizar as crianças logo após o nascimento o Vaticano II recuperou o catecumenato como forma de catequese e evangelização para aqueles que receberam o batismo enquanto criança, mas que como foram batizados na fé de seus pais e padrinhos e pelos desafios pastorais de hoje estes não evangelizaram, não educaram na fé é, preciso que agora passem por um período de evangelização e preparação para a recepção amadurecida dos sacramentos por parte dos adultos, por isso, se falar tanto hoje em dia de iniciação cristã de adultos. E, esta foi querida pelo Vaticano II, que exigiu uma reforma no ritual do sacramento da Confirmação, pedindo que este sacramento fosse dado depois de um tempo de preparação, e em idade mais madura.
1.1. O batismo no Evangelho de Marcos
Quando a Igreja batiza ela o faz na firme convicção de que está cumprindo o mandato do seu Senhor: “Ide por todo o mundo e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo que vos ordenei” (Mateus 28,19-20).
Deste texto, podemos extrair algumas verdades sobre o sacramento do batismo. Vemos que a missão de batizar da Igreja vem do próprio Cristo. E que este mandato é um mandato missionário, uma vez que no texto está expresso antes do batizar, que é tarefa essencial da Igreja, aparece o mandato de evangelizar, somente em segundo plano é que se “exige” o batismo. É a convicção de que precisamos anunciar o evangelho, fazer discípulos de Cristo, para depois da adesão feita a Cristo agora serem batizados. Conforme dissemos acima, o batismo é o sacramento que nos faz participantes da comunidade eclesial. E sendo batizados e fazendo parte agora de uma comunidade de fé, devem então observar os ensinamentos do Senhor.
Esta é uma pedagogia perfeita, para uma catequese evangelizadora em nossas comunidades e com nosso povo. Pois, como podemos exigir dos que não foram evangelizados, que não aderiram a Cristo, mas pediram o batismo (outros sacramentos) sem terem muitas vezes convicção do que vão receber o já receberam uma observância dos ensinamentos de Cristo?
Partindo deste princípio devemos ter sempre presente que a ordem deve ser: Evangelizar, dar os sacramentos (sacramentalizar) e, somente, depois exigir a observância dos ensinamentos de Cristo, (mandamentos). Por isso, hoje mais do que nunca é urgente o catecumenato.

10 de jan. de 2011

TEOLOGIA DOS SACRAMENTOS: O BATISMO I


“O Batismo os incorpora a Cristo, tornando-os membros do povo de Deus; perdoa-lhes todos os pecados e os faz passar, livres do poder das trevas, à condição de filhos adotivos, transformando-os em nova criatura pela água e pelo Espírito Santo; por isso, são chamados filhos de Deus e realmente o são” (Sacramentário, 02).
Etimologicamente, o termo batismo é derivado do grego (Baptizein) e significa mergulhar, submergir. Isto tem seu fundamento no próprio rito central pelo qual é realizado. Como sabemos no início, o batismo era realizado por um mergulho. Daí, partindo desta prática, se afirma que o mergulho na água simboliza o sepultamento do cristão na morte e na ressurreição de Cristo.
O Sacramento do Batismo, de acordo como o que vimos no pensamento doutrinário da Igreja, constitui o fundamento da existência cristã. Ele nos incorpora a Cristo e nos faz participantes da filiação divina. É ele o sacramento que abre a porta de acesso aos demais sacramentos, por isso, se afirma que ele é fundamento da vida de qualquer cristão, antes daquilo que nos distingue na teologia dos ministérios está aquilo que nos une, o batismo. Somente partindo desta concepção podemos entender que o fundamento da vocação cristã é o Batismo.
Sem dúvida, a valorização da vocação batismal, comum a todos os fiéis foi uma das importantes novidades trazidas pelo Concílio Vaticano II, que infelizmente ainda tem encontrado muita resistência. Caso tivéssemos uma compreensão da vocação batismal o nosso empenho no protagonismo dos leigos seria bem maior.
Falando desta dignidade comum que recebemos pelo batismo, para o exercício de ministérios diversos na vida eclesial, o Vaticano II cita um belíssimo texto de Santo Agostinho: “Atemoriza-me o que sou para vós; consola-me o que sou convosco. Pois par vós sou bispo, convosco sou cristão. Aquilo é um dever, isto uma graça. O primeiro é um perigo, o segundo salvação” (Lumen Gentium, 32).
Podemos perceber claramente que o Batismo está intimamente ligado ao dado cristológico-eclesial, ou seja, o Batismo é o sacramento fundamento da vida cristã e da vida eclesial. O Batismo e a Igreja são duas realidades inseparáveis, a Igreja nasce do batismo e confere o Batismo. Ele é porta de entrada para vida eclesial, ele com os outros sacramentos constituem a realidade basilar do existir e da razão de ser da Igreja compreendida esta como acontecimento da salvação, enquanto dispensadora dos graças de Cristo Salvador. O Batismo é o sacramento da inserção no corpo de Cristo, que é a Igreja, por ele nos tornamos filhos de Deus e participantes da comunidade cristã.