19 de dez. de 2009

AS VÍTIMAS TÊM NOME E IDADE!

A juventude: nossa paixão!
Sua vida e evangelização: nossa missão!
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A Igreja no Brasil, por meio da PJB (Pastorais da Juventude do Brasil), assumiu uma grande marcha que procura valorizar e defender a vida da juventude deste país. Marcha esta que custou a vida do «mártir da juventude» brasileira, o padre Gisley Azevedo, assassinado no último dia 15 de junho de 2009, fazendo-o vítima desta violência que ele mesmo tanto denunciou – Juventude em Marcha contra a violência e o extermínio de jovens, na luta pela vida!
Nossa luta é a defesa da vida, entendo-a como um grande dom de Deus. E, portanto, tudo aquilo que atenta contra ela atinge-nos direta ou indiretamente. Esta luta pela vida da juventude não poderá ser missão ou tarefa apenas das Pastorais da Juventude, nem só da Igreja, pois, a causa da vida ou o atentado contra ela, «clama aos ouvidos de Deus» pedindo justiça e ações concretas em favor da vida. Neste sentido recordemos, que no texto sagrado, ao narrar o ‘episódio de Cain e Abel’, Deus responsabiliza-nos uns pelos outros, perguntando: «onde está o teu irmão Abel?» (cf. Gêneses, 4,9). Deus continua perguntando-nos onde estão teus irmãos e irmãs jovens? O sangue de tantos/as jovens derramado, vítimas dessa infame violência, clama aos ouvidos de Deus!
1. Alargando os horizontes
Abordar esta questão da violência contra a juventude, deve levar-nos a abrir nosso leque de reflexão, colocando-a no âmbito da sociedade, para assim responsabilizarmos todos e todas, no sentido de mobilizarmos ações em favor da vida e, tendo presente que no centro de toda e qualquer forma de violência encontra-se uma causa social, ou dita em palavras negativas, encontra-se uma omissão ou um descaso social.
O Data-Folha, divulgou nesta terça-feira, dia 24 de novembro de 2009, um levantamento feito pela Fundação Seade a pedido do Ministério da Justiça, o qual revela que «os jovens com idade entre 19 e 24 anos são as principais vítimas da violência no Brasil» (cf.www1.folha.uol.com.br). Esta chocante constatação é fruto de uma pesquisa feita em 266 cidades, em todas as regiões do país.
2. O extermínio da Juventude: uma questão social
É verdade que existe uma profunda relação entre o extermínio de jovens e a questão social. E, mais uma vez esta relação vem expressa na referida abordagem, dizendo «que há uma relação direta entre violência e participação no mercado de trabalho e escolaridade»; apontando ainda que os «jovens e as jovens que não realizam funções remuneradas (os seja desempregados e desempregadas) e não estudam formam o grupo mais suscetível a ser vítima da violência» (Idem).
Segundo indicadores, desta mesma pesquisa, os jovens e as jovens, antes de mais nada, são vítimas de uma violência estrutural e social, manifesta na falta de trabalho (desemprego) e no escasso acesso à educação de qualidade.
Ante, esta realidade de atentado contra a vida da juventude nos perguntamos:
a) Quais nossas prioridades ou preocupações quanto à questão do desemprego, a falta de trabalho, que vitimiza milhões de jovens?
b) Quais têm sido os avanços políticos e educacionais, nas diversas instâncias do poder político, federal, estadual e municipais, no direito à escolaridade de todos e todas?
Porém, não basta estar na escola! É preciso políticas educacionais e empenho de todos e todas que atuam, nesta belíssima arte de educar, para que a juventude tenha um ensino de qualidade que oportunize ao jovem e a jovem o ingresso no competitivo mercado de trabalho e, também prepare-os para a entrada numa universidade de qualidade.
A partir apenas desses dois elementos (desemprego e escolaridade) percebemos que a juventude é vítima de uma violência estrutural e social, privando-a de direitos inalienáveis e bens vitais à sua vida. Soma-se a estes condicionamentos sociais outros fatores, que além de deixar o jovem e a jovem vulnerável, predispõe ao ingresso na violência física. Entre eles, destacamos o fato de 55% dos jovens afirmam já ter visto pessoas assassinadas, causando nestes uma crise existencial e um drama psicológico. E mais: sem estas necessidades básicas da vida satisfeitas os jovens e as jovens, entram numa espécie de subterfúgio, procurando «soluções fáceis» para seus problemas: o uso de entorpecentes, as drogas e, nesta pseudo-solução, encontra-se com enorme freqüência o consumo do álcool.
Nesta pesquisa que revela as cidades mais violentas do país, aparecem algumas das cidades do Nordeste brasileiro, destacando-se Maceió, a capital alagoana. Neste dado, dois elementos nos chamam a atenção:
Primeiro: a dor e o pranto da mãe de José Jackson Oliveira, 21 anos, estudante. Morto a tiros na periferia de Maceió. «Meu filho era um rapaz de bem. Ele vinha vindo da igreja da comunidade, para ajudar as pessoas e não fazia mal a ninguém», disse dona Maria de Fátima Oliveira.
O segundo vem exposto no pensamento da socióloga Belmira Magalhães, da Universidade Federal de Alagoas, que atribui a falta de perspectiva de futuro da juventude frente a todas estas questões, como uma das principais causas da violência e, em juízo categórico clama empenho de todos e todas no sentido de políticas públicas para a juventude dizendo: «não podemos mais nos furtar a isso. Os governos não podem mais fazer apenas políticas sociais paliativas» (Cf. WWW.primeiraediçao.com.br, de 25 do novembro de 2009).
3. A Juventude e a polícia
A sociedade e, nesta o ser humano, é uma teia de relações. E, portanto, se algo não vai bem todo o mais será, direto ou indiretamente, influenciado. Neste caso aqui prejudicado!
Além das relações, entre questão social, educação e falta de políticas públicas para a juventude, uma outra relação existente é a de jovens violentos(as) e violentados(as) e as ações policiais.
A mesma pesquisa apresentada pelo Data-Folha revela que «11% dos jovens brasileiros costuma presenciar violência policial». E esta tem sido uma realidade freqüente na sociedade brasileira. De um lado a juventude sem oportunidade de vida digna, procurando saídas para esta angústia existencial e, de outro lado, uma polícia armada que senti-se dona do mundo. Mal preparada e agressiva, sem capacidade e com pouco ou quase nada de interesse pelo engajamento numa ação preventiva e educativa, no que tange a questão das drogas e da violência em nossas cidades.
Para uma grande parte de corporação, a sociedade brasileira parece não ter mais cidadãos e cidadãs. Somos, por todos os lados, vítimas dessas abordagens grosseiras e agressivas, de muitos policiais. Não quero aqui ser interpretado como contrário ao trabalho da polícia. Estas provocantes interrogações se dirigem no sentido do meio como isto é praticado. Entendendo-a a parir daquela máxima que diz: «os meios não justificam os seus fins», isto é, o modo violento e agressivo das abordagens de muitos policiais não pode ser justificado e aceito pela população, porque são autoridades. Sua missão primeira é preservar a vida, proteger os homens e as mulheres e não violentá-los.
Infelizmente, na ação de muitos policias, receber uma farda e por na cintura uma arma de fogo, um revolver, parece significar, ser revestido de poder e força, para ter todos e todas sobre seu domínio e sua tirania autoritária. Basta tomarmos como exemplo, as muitas abordagens nestas blitz nas nossas estradas. Uns certos policiais chegam e nem procuram saber de quem se trata - se um cidadão ou cidadã ou um bandido e um malfeitor - vai logo grosseiramente abordando, quando não gritando e, pior ainda, as vezes colocando armas em cima das pessoas sem razão e sem necessidade. As blitz e as abordagens, são necessárias e legítimas, mas o modo de fazer torna-se humilhante para um cidadão e uma cidadã comum e anti-ético para um profissional, neste caso, para a polícia.
O caso ocorrido, no dia 21 de agosto de 2009, na estrada que liga Juazeiro à Curaça-BA, tornou-se antítipo de toda esta realidade da ação policial. Quando uma jovem de nome Adnair Oliveira de 20 anos de idade, retornava da escola numa van, juntamente com outros estudantes, e na estrada num bloqueio da polícia militar, foi atingida com uma bala no pescoço por um policial que estava na blitz, vindo a óbito na local (Cf. www.direitoshumanos.etc.br, dia 21 de agosto de 2009).
4. A Juventude precisa ser protagonista!
Não se pode entender nenhum grupo ou seguimento sem uma referência ao seu contexto. Isso vale muito bem para a juventude! Há jovens que estão imersos nessa sociedade buscando uma vida digna e se questionam sobre os critérios e valores e sobre as contradições existentes, na atual sociedade, quanto à construção de uma nova sociedade.
Porém, existe uma outra grande questão deverá ser considerada nesta abordagem. Quando falamos de jovens devemos nos perguntar: quem são os/as jovens? A grande dificuldade para responder a esta pergunta é que a definição de juventude, na sua grande maioria vem condicionada pelos interesses do grupo dominante, e por interesses ideológicos do grupo de poder, seja ele político, econômico, religioso e, conseqüentemente, ideológico.
Neste ponto, as classes dominantes, sabem muito trabalhar seu discurso para atingir a juventude. Elabora-se uma hierarquia de valores segundo seus interesses e necessidades, para que os/as jovens se sintam tocados/as por esta proposta. Aqui a mídia sabe muito bem qual linguagem empregar para conquistar a juventude, adaptando a cada circunstância.
Porém, devemos considerar que a juventude, não é esta tábua rasa, a constante espera, ou seja, em busca de realização. Ela também tem um quê de rebeldia, de instabilidade, de loucura, de paixão, de alienação e de irresponsabilidade. Todos estes condicionamentos terão de ser considerados no trabalho junto à juventude. Muitas vezes, sem saber, exato o quê quer, manifesta-se insatisfeita! E, aqui não nos assustemos, nem os repreendamos, pois, se a juventude perder ou for reprimida nestas suas qualidades, estamos podando e tolhendo, um traço importantíssimo e original, desse fase da vida. Exatamente, por isso, é que a juventude precisa ser conquistada!
Diante destas breves e insignificantes considerações, somos levados a (re)pensar nossa ação junto à juventude atual. Ouvimos muito falar em políticas públicas para a juventude, conselhos de juventude, etc. Resta-nos procurar saber que visão ideológica de juventude está por traz desses discursos. Será mesmo que os/as jovens são considerados, isto é, estão sendo protagonistas nestas e destas ações? Ou será que estão sendo meros, objetos de projetos pensados de cima para baixo, ou seja, por adultos elitistas, que fazem da juventude massa de manobra.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: senhores(as) gestores(as), municipais e estaduais, legisladores e executivos, onde, quando, como e com quem e para quem foram realizados os fóruns e as conferências, municipais e estaduais de juventude; para discussão, aprovação e criação dos conselhos, municipais e estaduais de juventude; para apresentação das propostas, discussão, aprovação e elaboração dos planos de políticas públicas da juventude.
Ousadamente, passemos, então a apresentar alguns indicadores que poderão ajudar, a sociedade e a Igreja, na elaboração de ações públicas e de ações evangelizadoras junto à juventude:
1) Devemos elaborar um projeto de vida e dignidade da juventude que considere o presente e o futuro da juventude. O jovem é presente e futuro! Não apenas amanhã;
2) Uma política de juventude não se trata de apenas conceder direitos, mas de elaborar junto e com a juventude pistas de ação; definir e operacionalizar um projeto de nação, de estado e de município;
3) Deve-se também fazer com que todos os setores e seguimentos da sociedade sintam-se envolvidos e responsáveis pela juventude; diga-se isto também em relação à Igreja: todos e todas precisam sentir-se responsáveis pela evangelização da juventude;
4) É preciso garantir espaço para que o/a jovem expresse suas aspirações e participe das decisões;
5) É preciso estimular a capacidade do/da jovem de resolver seus problemas, fornecendo mecanismos e referenciais, para que ele/ela se firme socialmente;
6) É preciso fazer do/da jovem protagonista de sua ação, para que possa amadurecer e confrontar-se com os problemas, buscando ele/ela mesmo as suas soluções.
A ausência ou desconsiderações desses elementos na elaboração de ações junto a juventude, compromete a própria índole desta significativa parcela da sociedade: a juventude! Fere na sua essência a juventude, quanto ao seu dinamismo, criatividade e capacidade originárias. Sem contar que poderá ser qualquer outra coisa, menos ação de promoção da juventude. Já o nome parecer incorrer em equívocos, quando muito se fala em políticas publicas para a juventude, em vez de para a juventude, uma ação que respeita a juventude terá que conceber como política publica junto à juventude ou políticas públicas da juventude.

· É Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, Granito-PE; é assessor diocesano do Setor Juventude; articulador de Pastoral na Área do Araripe e Articulador diocesano de Pastoral.

18 de dez. de 2009

INTERPELAÇÕES À NOSSA FÉ!!

“Temos que aprender a viver mais simplesmente para que os outros simplesmente possam viver”
(Mahatma Gandhi).

Qual foi a missão de Jesus de Nazaré? Qual é a missão da Igreja? Qual é o contexto que nos desafia como discípulos missionários de Jesus Cristo? Quais as sombras e luzes existentes no nosso meio?
Não é por acaso que os discípulos missionários do Crucificado Ressuscitado assumem decisivamente a tarefa de evangelizar, mesmo quando isto lhes causa perseguição e sofrimento, até mesmo, quando lhes custa a própria vida. É a certeza de que o Evangelho está a serviço da vida, principalmente, naquelas situações em que esta se encontra ameaçada e pisoteada.
1. Missão de Jesus – Missão da Igreja
A missão dos discípulos missionários não pode ser outra senão a do próprio Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Nossos pastores reunidos em assembléia assim definiram a missão da Igreja “evangelizar, a partir do encontro com Jesus Cristo, como discípulos missionários, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, participando da construção de uma sociedade justa e solidária para que todos tenham vida e a tenham em abundância”[2].
Daqui se compreende que o conteúdo central da missão é levar vida plena para todos e todas. E toda a atividade missionária é compromisso e empenho por uma vida mais digna em Cristo[3], porém, a Igreja realizar essa missão em meio a sombras e luzes, próprias do nosso tempo[4].
O Documento de Aparecida constata esta realidade de grandes mudanças, dizendo que elas “nos afligem, mas não nos confundem”, somos antes chamados a “discernir os ‘sinais dos tempos’ à luz do Espírito Santo, para nos colocar a serviço do reino, anunciado por Jesus”, que veio dar-nos vida plena[5].
A Igreja, nesta nova hora histórica, terá de saber com humildade e empenho a olhar o mundo de um modo novo: olhar com os olhos da misericórdia e da compaixão, numa profunda humildade, na certeza de que a realidade atual não é mais a de uma sociedade homogênea, como até tempos recentes[6]. Ela é muito complexa e, portanto, para isso se faz necessário o auxílio das ciências sociais; eliminando assim o preconceito em relação às ciências.
A missão do discípulo missionário terá que ser uma missão profética, o que exige deste profundo conhecimento da realidade que lhe cerca. Esta exigência estende-se a todos na Igreja: pastores e fiéis, ambos protagonistas da ação evangelizadora, “necessitando assim de maior informação, para exercer sobre a realidade o senhorio a que, por vocação, está chamada”[7]. Porém, tudo isso requer de seus pastores humildade, em reconhecer que estes não têm obrigação de saber tudo e, portanto, necessitam da colaboração de homens e mulheres espertos em análise da realidade e na elaboração de planos de ação no enfrentamento dos desafios atuais.
2. Vida plena - Primado da Pessoa
O referencial teórico, em matéria de magistério eclesial, nesta hora histórica para nossa Igreja é o Documento de Aparecida. O eixo central de todo este texto é a vida e, a vida em abundância, atingido-a todas as suas esferas; no respeito à vida humana, da concepção até o seu declínio natural; respeito aos povos e suas culturas, na compreensão de que o ser humano não é apenas um sujeito pensante e capaz de produzir, mas sim, sua pessoa mente e coração, seus costumes, suas crenças e seus laços familiares e culturais.
Neste sentido podemos assegurar que a vida é abordada, no Documento de Aparecida, em sentido amplo – a vida plena de Deus, “no homem todo e em todos os homens”, no respeito e no cuidado da biodiversidade do planeta. Portanto, passemos a apresentar de agora em diante, algumas reflexões sobre a realidade brasileira, que nos atingem como discípulos missionários: situação sócio-cultural, situação econômica, situação sócio-política, situação ecológica e situação religiosa.
2.1. Situação Sócio-cultural
No passado existia uma referência a tradições culturais, principalmente, a religiosa que dava um sentido mais amplo à existência. Diferente disso, hoje vivemos numa época de fragmentação de sentidos, sem uma visão ampla da realidade e da vida. Isso provoca uma crise de valores e uma relativização dos valores, não proporcionando, sobretudo, às gerações mais jovens fazerem opções mais sérias e duradouras, vivendo assim, a fragilidade das experiências momentâneas[8].
Nesta complexa realidade, com múltiplas opções de prazeres instantâneos, poucas pessoas ou quase nenhuma quer gastar tempo e energia, ariscando-se numa desafiadora proposta de mudanças a longo prazo. Importa, nesta situação, viver o momento presente! “A busca da felicidade, da realização pessoal, da satisfação do indivíduo, que em si são aspirações legítimas e cristãs, tomadas, porém, como absolutas, têm conseqüências negativas sobre as relações sociais, as instituições, os compromissos duradouros, que se tornam frágeis e facilmente descartáveis”[9].
Diante desta, aparente impossibilidade de uma visão global da realidade e da vida; e, dessa falta de uma consciência histórica, a humanidade entra num processo de crise de sentido e as pessoas sentem-se frustradas, ansiosas e angustiadas, apresentando um certo sentimento de impossibilidade de influir nos acontecimentos[10]. Não podemos ser pessimistas, porém, precisamos ser realistas.
No campo cultural, destaca-se o fenômeno da globalização, que tem seus aspectos positivos – maior produção e circulação de bens, facilidade de comunicação e progressos tecnológicos.
No entanto, na opinião pública, a impressão que prevalece é a de desencanto, inclusive, naqueles países mais ricos – os mais beneficiados pela globalização[11]. Seus efeitos negativos para a sociedade brasileira e para todos os povos, tem sido um crescimento econômico desigual, onde quem determina as regras do jogo são aquelas nações super-desenvolvidas, não respeitando os valores e as experiências milenárias de todas as raças, culturas e tradições. No nosso caso de Brasil, recordamos, sobretudo, o nosso modelo civilizatório, baseado numa ideologia européia, verdadeiro genocídio das culturas nacionais, regionais e locais. Exemplo típico disso, a invasão das ‘terras brasis’ e o ‘assassinato coletivo’ dos povos indígenas e das comunidades tradicionais[12].
Um outro fator de forte influencia na vida das pessoas foi o crescente abandono das suas realidades de origem, especialmente, o abandono de muitas pessoas, que levadas pelas ilusões da vida fácil na cidade, deixaram suas comunidades rurais, sua história, seus traços característicos, seus costumes, suas experiências religiosas; enfim, seu ambiente vital. Tudo isso lhes dava identidade pessoal, cultural, religiosa e, principalmente, sua consciência de pertença a um lugar social – socialmente incluída ou socialmente excluída!
‘A grande cidade moderna favorece o contato com uma pluralidade de experiências e de expressões culturais, multiplicando as possibilidades de escolha dos indivíduos. Este tende a construir, a seu gosto, sua própria identidade’[13]. Infelizmente, muita gente tem a ilusão de que habitar numa cidade (pertença geográfica) significa pertencer a ela (identidade cultural). A idéia de progresso e de vida fácil na cidade grande tem levado muita gente a deixar suas terras e suas casas tendo que enfrentar os riscos e os sofrimentos da realidade de cidade grande: habitação, falta de emprego, drogas, violência. Estar na cidade sem pertencer a ela, vivendo nas favelas, em barracos, em cima de morros e/ou debaixo das pontes.
Na sociedade atual, frente a este fenômeno da globalização, parece não haver espaço e possibilidade de globalizar a esperança de vida digna para todos, num mundo mais justo e fraterno. “Não se percebe com clareza um Projeto de Nação, com substancial diminuição das desigualdades; antes, elas parecem ter aumentado tanto no interior de um mesmo país como entre as diversas nações”, assim sendo, “em lugar da segurança e do progresso prometidos, a globalização provocou um aumento sensível de riscos”[14].
Na condição de discípulos missionários, frente a toda esta realidade estrutural, de uma sociedade sem referências ao passado e sem respeito à cultura e às riquezas dos nossos povos nativos, somos chamados a assumirmos profeticamente a luta em favor de um outro mundo possível: um mundo includente dos excluídos e excluídas e respeitoso da natureza, a casa de todos[15].
2.2. Situação econômica
Os Bispos do Brasil ao elaborarem as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora para o presente triênio afirmaram: “a face mais difundida da globalização e tida como de maior êxito é sua dimensão econômica, que se sobrepõe às outras dimensões da vida humana e as condiciona”[16]. Desta constatação da face econômica da globalização derivam várias conseqüências nefastas para a vida de nossos povos:
a) O mercado absolutiza com facilidade a eficácia e a produtividade como valores reguladores da vida humana. Seu modelo é o capitalismo neoliberal;
b) Ela – a globalização – privilegia o lucro e estimula a concorrência desenfreada e a competição entre os seres humanos e os grupos empresariais, pela conquista do primeiro lugar;
c) Sua dinâmica é a de concentração de poder e de riqueza nas mãos de poucos, privando a grande maioria, do mínimo necessário para a sobrevivência;
d) Ela, por sua vez, é centralizadora. Concentra recursos físicos, monetários e de informações, produzindo a exclusão de todos aqueles menos capacitados e menos informados.
O Papa, Bento XVI, em seu Discurso Inaugural, assinalou que a globalização “comporta o risco dos grandes monopólios e de converter o lucro em valor supremo”, acrescentando ainda que “como em todos os campos da atividade humana, a globalização deve reger-se também pela ética, colocando tudo a serviço da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus”[17].
O capitalismo neoliberal, eixo central da globalização, tem que respeitar os valores fundamentais e inalienáveis dos seres humanas e que se encontram para além do mercado: a verdade, a justiça, o amor, e muito especialmente a dignidade humana e os direitos de todos, respeitando o sacrário inviolável da pessoa humana, sua consciência. Inclusive, daqueles que vivem à margem do mercado[18]. Hoje não só excluídos e excluídas, mas fora dos padrões de sociedade atual (os sobrantes)[19].
No mundo atual, parece que o princípio norteador da sociedade, é o sistema financeiro. No entanto, segundo a Doutrina Social da Igreja, “o objeto da economia é a formação da riqueza e seu incremento progressivo, em termos não só quantitativos, mas qualitativos: tudo é moralmente correto se está orientado para o desenvolvimento global e solidário do homem e da sociedade na qual vive e trabalha”[20]. Será que o nosso atual modelo econômico neoliberal é moralmente correto e está orientado para o desenvolvimento do homem todo e de todos os homens?
Uma sociedade para ser considerada desenvolvida não basta que ela seja capaz de acumular riquezas, pois “a pura acumulação de bens, ainda que para o bem comum, não é condição suficiente para a realização de uma autêntica felicidade humana”[21]. O modelo de sociedade desenvolvida - se é que podemos falar de sociedade desenvolvida – é aquele que tem como postulado fundamental e insubstituível, o primado da pessoa sobre as coisas (sobre sua capacidade de produção e de acúmulo de riquezas), isto é, sua dignidade de pessoa humana.
2.3. Situação sócio-política
É inegável a existência do sistema político democrático, porém, esse não é livre de ambigüidades. Em muitos casos, esse sistema político vem tornando-se uma verdadeira ditadura populista. Na qual certos projetos vem sendo impostos à população, porém, por serem projetos e ações propostos por grupos que gozam da popularidade das pessoas, na sua grande maioria são defendidos pela população sem questionarem seus efeitos maléficos.
Os grupos políticos dominantes tem influenciado muito nas articulações partidárias, sejam nas bases municipais, estaduais, que federais. Em que grupos poderosos defendem certos nomes para os cargos públicos, de sorte que muitos não são os candidatos da população ou do partido político, mas sim de certa liderança política - que tem seus interesses – impondo pela força do argumento (ou pela força do poder econômico) seu candidato como sendo o nome defendido e aceito pela população.
Exprime-se, deste modo, que temos uma democracia puramente formal, baseada em procedimentos eleitorais, mas isso não basta. Urgente se faz uma democracia participativa baseada na promoção e no respeito dos direitos humanos[22]. Frente a esta política de mercado, poucas pessoas e instituições têm reagido.
Um sistema político, mesmo que seja formalmente democrático, se não respeita os direitos humanos e a vida das pessoas e da natureza, não é ético e, torna-se igualmente a tantos outros regimes políticos, ideológico e ditador. Talvez, pior que outros regimes, pois, este termina traindo o povo e sendo uma ditadura populista.
Na contra-mão desta prática comum, vemos surgir novos sinais de esperança e de empenho político, pois, à medida que as pessoas vão perdendo o encanto pelos ‘profissionais da política’, pelas instituições públicas e pelos três poderes do Estado; vai acontecendo uma verdadeira “irrupção histórica” de novos atores sociais: instituições, pessoas e organizações alternativas não-governamentais. Neste cenário, são protagonistas, numa extraordinária ousadia profética, os povos indígenas, as mulheres, os excluídos e excluídas, os movimentos culturais, os Trabalhadores Rurais Sem-Terra e as Comunidades Eclesiais de Base.
Infelizmente, muitos parlamentares têm se afastado do povo, não dialogando mais com os cidadãos, o que tem levado-os a “aprovarem leis injustas contra os direitos humanos e a vontade popular, por ignorância e por falta de acompanhamento”; mas também, porque muitos cidadãos têm se omitido na participação da vida pública[23].
2.4. Situação ecológica
O Brasil, possui uma rica biodiversidade[24], com seus diversos biomas[25]. Esta rica biodiversidade tem sido desde sempre e, principalmente, nos últimos tempos motivo de enorme cobiça internacional. Ela está sendo profundamente destruída até com a ameaça de extinção de suas espécies. Por exemplo, a forte exploração da Amazônia, por parte de grupos econômicos e multinacionais, pondo em risco a vida de populações tradicionais da região, sobretudo, os povos indígenas[26].
A exploração da Amazônia e a ameaça aos povos nativos têm no seu centro a idéia de desenvolvimento; na realidade, fundadas no modelo econômico capitalista neoliberal, que visa apenas a exploração de recursos financeiros e não a vida do povo e do meio ambiente.
Sofrem maiores agressões, neste contexto, os povos indígenas e os afros “ameaçados em sua existência física, cultural e espiritual; em seus modos de vida; em suas identidades; em sua diversidade; em seus territórios e projetos”. A atual globalização econômica, fez com que muitos povos tivesses suas terras invadidas ou degradadas pelas explorações de mercado, de sorte que muitos já não têm mais terras suficientes para a sua sobrevivência. Esta “migração forçada pela pobreza, está influindo profundamente na mudança de costumes, de relacionamentos e inclusive de religião”, destes povos[27].
Devido a sua grandiosidade ecológica, sua importância para o Brasil e à atenção dada pela Igreja à Amazônia, nos últimos anos – Campanha da Fraternidade de 2007 e a escolha do local de realização do XII Intereclesial das CEB’s, a realizar-se, na Cidade de Porto Velho-RO, coração da Amazônia, entre os dias 21 a 25 de Julho de 2009, tendo como tema: CEB’s: Ecologia e Missão e seu sugestivo lema: Do ventre da terra, o grito que vem da Amazônia - vamos refletir um pouco mais sobre ela.
2.4.1. Amazônia - Nossa terra, nossa vida!
A Amazônia é um bioma, ou seja, um espaço geográfico que abriga uma infinitude de espécies animais e vegetais, que nem mesmo os cientistas e os biólogos, conseguem classificar e identificar toda essa riqueza. Ela é o berço de uma variedade cultural muito grande e de vários povos que habitam esta região há mais 10 mil anos. Estes povos construíram um modo próprio de vida neste ambiente, a ponto de chegarem à consciência de que o respeito à natureza, faz parte essencial da luta e da defesa do meio ambiente. Respeitar a natureza e preservar o meio ambiente é respeitar a vida e a dignidade da pessoa!
Um momento histórico de grandes mudanças, no quadro cultural e natural, da Amazônia foi a chegada dos europeus. E hoje ela “está ameaçada de muitas maneiras”. As mineradoras estão poluindo as suas águas, utilizando material pesado, como o mercúrio, que contamina a água e a fauna. Mesmo diante da devastação, “a Amazônia conserva ainda hoje as principais característica de seu patrimônio natural, social e cultural, o que lhe confere uma identidade singular no nosso país, no continente e no mundo”[28].
O sistema agropecuário da Amazônia é basicamente: a agricultura familiar e o agronegócio. “A agricultura familiar tem produzido 65% do valor bruto da produção de toda a economia agrária da região e emprega um milhão e setecentos mil trabalhadores, sendo responsável por 87% de toda a força de trabalho no setor. A floresta Amazônica colabora para que o Brasil seja o maior produtor e consumidor de produtos florestais”. É, também de grande potencial o setor madeireiro da região. É, exatamente, esta riqueza natural encontrada na Amazônia a causa primordial de muitos conflitos sociais[29].
A Amazônia é nossa terra, nossa vida em duplo sentido. No primeiro, precisamos preservar a Amazônia se quisermos sobreviver, pois ela, é o pulmão do planeta terra, aqui no Brasil; no segundo, porque o grito da terra que vem da Amazônia nos convida à preservação do meio ambiente e da vida dos nossos povos, em todos os lugares da terra e em todas as circunstâncias em que esta esteja sendo ameaçada.
2.4.2. Nordeste - Nossa terra, nossa vida!
É evidente hoje para toda a humanidade que estamos vivendo uma época de grandes transformações climáticas. Um verdadeiro desequilíbrio! Isso é resultado do tão falado – porém, dado pouca atenção – aquecimento global. Essas mudanças climáticas “afetam todas as formas de vida, dentre as quais está a vida das populações mais pobres, obrigando-as a repensar o atual modelo de sociedade, as matrizes energéticas e os modos de produção e de consumo. Sendo assim temos de afirmar que a humanidade está colhendo os frutos do desenvolvimento centrado na economia de mercado e na ideologia que o acompanha”[30].
O Nordeste tem sido profundamente afetado por estas mudanças climáticas; nunca se viu tantas catástrofes climáticas, como nestes últimos tempos: desmatamentos, enormes e freqüentes enchentes, numas regiões e secas absurdas em outras[31], etc.
Mesmo assim, temos sido bombardeados com projetos insanos - dos governos estaduais e federais – que põe em risco a vida de tantas pessoas e da população do Nordeste brasileiro. Projetos levianos como o da Transposição do Rio São Francisco, o da Transamazônica e, no caso da Diocese de Petrolina, além dos outros, o Canal do Sertão, para exploração da terra na monocultura da cana-de-açúcar, de soja e de eucalipto, na região do Araripe.
Além de tantas outras influencias destruidoras do aquecimento global, “a maior delas se dará sobre o ciclo hidrológico, ou sobre a disponibilidade de água sobre a terra. O aquecimento global está derretendo as neves e gelos das altas montanhas, e esses rios podem secar. Hoje, 97,4% da água do planeta é salgada. Apenas 2,6% é doce. E desse, 2% está nos pólos e geleiras, restando 0,6% realmente mais acessível ao ser humano”. Esta escassez de água potável deveria levar a humanidade a repensar e a reagir diante de muitos projetos, que fazem da água um meio de consumo, por meio de práticas escandalosas das irrigações extravagantes, “com tecnologias altamente consumidoras de água, gastando, por exemplo, 50 toneladas de água para produzir um quilo de camarão em cativeiro!”[32].
O Brasil é o quarto país em emissão de gazes que provocam o efeito estufa[33] e o aquecimento de nosso planeta; 75% desses gases vem das queimadas. Somos um país campeão em queimadas, que além da destruição da natureza, ainda poluí o ar que respiramos.
A Carta da Terra nos adverte: “A escolha é nossa, ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e cuidar uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a destruição da diversidade da vida”[34].
Em todos estes mega-projetos está a ideologia de consumo, imposta à sociedade brasileira, sobre a idéia de desenvolvimento. João Paulo II, profeticamente, há 22 anos, deu um grito de alerta no cuidado à terra e à natureza, na sua rica potencialidade dada por Deus, dizendo: “lanço um chamado a todos os responsáveis de nosso planeta para proteger e conservar a natureza criada por Deus: não permitamos que nosso mundo seja uma terra cada vez mais degradada e degradante”[35].
2.5. Situação religiosa
O cenário religioso tem se diversificado muito nos últimos anos, sobretudo, o panorama religioso do Brasil[36], contrariando assim, aquilo que em épocas passadas, muitos estudiosos profetizaram: o fim da religião.
Na realidade o que temos assistido nos últimos anos tem mostrado, exatamente, o contrário. Um enorme avanço de grupos religiosos, basta andarmos atentos pelas ruas de nossas cidades. Em cada esquina um novo templo, dois ou três numa mesma rua. O Censo de 2000 do IBGE aponta pra uma grande diversificação e fragmentação no campo religioso.
As estatísticas nos revelam que a porcentagem de católicos diminuiu, entre 1991 e 2000, de 83,3% para 73,9%, enquanto os evangélicos cresceram de 9% para 15,6%, numa dispersão incalculável de denominações[37].
O panorama pentecostal e neopentecostal revela de maior abrangência nas Igrejas Universal do Reino de Deus e Internacional da Graça de Deus. Que segundo análise de pesquisadores, a Igreja Universal do Reino de Deus cresce na base de um novo templo aberto a cada dia[38].
No seio da Igreja Católica, em tempos recentes, surgiu a Renovação Carismática Católica. Esta, a princípio, tocou mais de perto as classes médias, porém, aos poucos foi-se adentrando e ganhando também popularidade nos meios populares, sobretudo, após sua massiça presença nos meios de comunicação social.
São muitas hoje, as formas de expressão da religião. Na sua grande maioria a busca pela religião não se baseia na procura pelo sentido último das coisas, a origem da vida, o sentido da sua caminhada aqui na terra e qual será o destino final após esta vida: o que nos aguarda depois deste peregrinar aqui na terra.
A religião tem por meta final responder a três perguntas básicas do ser humano: De onde vim? Que sentido tem minha vida? Para onde vou após a morte?
Contudo, as formas de religiosidade atual nem sempre baseiam-se nestes três pressupostos essenciais. Na sua grande parte, influenciada pela mentalidade pós-moderna, a busca pela religião funda-se apenas numa destas questões: a segunda! Isso porque importa para a mentalidade atual o momento presente, a satisfação das minhas necessidades momentâneas.
Exatamente, aqui reside o grande risco e a grande ambigüidade da religiosidade atual, num duplo sentido.
No primeiro, a religião deixa de ser a relação do ser humano com o Transcendente, para ser uma forma de suprir minhas carências instantâneas, sendo as igrejas, os grandes supermercados, aos quais recorro para satisfazer minhas necessidades pessoais.
No segundo, a religião, sobretudo, o cristianismo perde sua força comunitária e social, tornando-se alheio à histórica e sem forças de influência nos projetos comunitários, pois, esta vem reduzida à esfera do privado, do individualismo e do subjetivismo, próprios da nossa época: a grande tentação do mundo moderno de reduzir a religião à sacristia, que nada tem a dizer e contribuir, no destino e na construção de uma sociedade mais justa e fraterna, respeitosa da vida humana e do meio ambiente.
A religião descuidando do seu forte potencial de atuação na sociedade, vai automaticamente, perdendo muitos espaços de formação e de conscientização dos discípulos missionários.
Algumas dioceses, impuseram censura às Comunidades Eclesiais de Base, no seu grande potencial de evangelização e de transformação social; descuidaram da formação bíblica do Povo de Deus, nos Círculos Bíblicos; desarticularam os Conselhos das Comunidades e deram pouca atenção às pequenas comunidades rurais; numa burocratização e num centralismo paroquiais. Neste sentido, o Documento de Aparecida é profético chamando-nos a uma conversão pastoral e a uma renovação eclesial[39].
É claro que se a Igreja descuida destes ‘espaços de formação e conscientização dos discípulos missionários’; ela vai também perdendo sua força de articulação em projetos e iniciativas que exigem a interação fé e vida. Tal tem sido, portanto, a vergonha da pouquíssima coleta de assinaturas do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, em muitas Igrejas Particulares.

[1]. Pe. Izidorio Batista de Alencar é Presbítero da Diocese de Petrolina, Mestre em Teologia com especialidade em Eclesiologia, Pelo Pontifício “Atheneo Regina Apostolorum”, em Roma. É Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho em Granito-PE; Coordena a Área Pastoral do Araripe; é Assessor Diocesano do Setor Juventude e, também faz parte do Secretariado do Jubileu.
[2] - CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, (Objetivo Geral, p. 07). São Paulo: Paulinas, 2008.
[3] - Cf. Documento de Aparecida, n. 361.
[4] - Cf. Documento de Aparecida, n. 20.
[5] - Cf. Documento de Aparecida, n. 33.
[6] - Cf. CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, n. 14. São Paulo: Paulinas, 2008.
[7] - Documento de Aparecida, n. 36.
[8] - Cf. Documento de Aparecida, n. 51.
[9] - CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, n. 19. São Paulo: Paulinas, 2008.
[10] - Cf. Documento de Aparecida, n. 36.
[11] - Cf. CNBB, Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2003-2006), n. 46. São Paulo: Paulinas, 2003.
[12] - Cf. CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, n. 21. São Paulo: Paulinas, 2008.
[13] - CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, n. 21. São Paulo: Paulinas, 2008.
[14] - Cf. CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, n. 17. São Paulo: Paulinas, 2008.
[15] - Cf. Documento de Aparecida, n. 113.
[16] - CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008-2010, n. 24. São Paulo: Paulinas, 2008.
[17] - Bento XVI, Discurso Inaugural (13 de Maio de 2007), n. 02.
[18] - Cf. Documento de Aparecida, n. 61.
[19] - Cf. Documento de Aparecida, n. 65.
[20] - Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 334.
[21] - Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 334.
[22] - Cf. Documento de Aparecida, n. 74.
[23] - Cf. Documento da Aparecida, n. 79.
[24] - Biodiversidade é a junção de duas outras palavras Bio = vida + Diversidade. Portanto, por biodiversidade, no sistema ecológico se entende a existência, numa mesma região planetária, de uma grande variedade de espécies, sejam de plantas, sejam de animais.
[25] - Bioma significa uma grande comunidade (ou um conjunto de comunidades), distribuída numa grande área geográfica, caracterizada por um tipo de vegetação dominante, ou seja, bioma é aquilo que caracteriza uma dada região e distingue-a das outras: o essencial daquela área geográfica. Assim temos, pois, no Brasil os seguintes Biomas: Amazônia, Pantanal, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas.
[26] - Cf. Documento de Aparecida, n. 83.
[27] - Cf. Documento de Aparecida, n. 90.
[28] - Cf. CNBB, Cartilha do 12 Intereclesial de CEB’s. Brasília: Edições CNBB, 2009, p. 10.
[29] - Cf. CNBB, Cartilha do 12 Intereclesial de CEB’s. Brasília: Edições CNBB, 2009, p. 10-11.
[30] - CNBB, Mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global. Profecia da Terra. Brasília: Edições CNBB, 2009, (Prefácio, p. 07).
[31] - Cf. CNBB, Mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global. Profecia da Terra. Brasília: Edições CNBB, 2009, p. 54.
[32] - Cf. CNBB, Mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global. Profecia da Terra. Brasília: Edições CNBB, 2009, p. 54-55.
[33] - É o efeito pelo qual a terra absorvendo a radiação solar, provoca por sua vez, um aquecimento que permanece nas camadas atmosféricas interiores, aumentando, conseqüentemente, seu nível térmico, ou seja, a terra absorve a radiação do sol e, por isso, eleva seu nível térmico, sua temperatura.
[34] - A Carta da Terra é um importantíssimo documento, sobre a vida do planeta Terra e de seus ecossistemas, que infelizmente não foi ainda assinado pela ONU, porém, já foi no ano de 2000, assumido pela UNESCO.
[35] - João Paulo II, Homilia na Celebração da Palavra para os fiéis da Zona Austral do Chile 07. Punta Arenas, 04 de Abril de 1987 (citado pelo Documento de Aparecida, n. 87).
[36] - Cf. Antoniazzi, Alberto. As religiões no Brasil segundo o Censo de 2000, In. Revista de Estudos da Religião, n. 02 (ano 2003), pp. 75-80.
[37] - Cf. Antoniazzi, Alberto. Por que o panorama religioso no Brasil mudou tanto? São Paulo: Paulinas, 2004, p. 09.
[38] - Cf. Libânio, João Batista. Tendências religiosas do mundo contemporâneo. Revista Vida Pastoral. São Paulo: Paulus (Maio-Junho de 2009), p. 13.
[39]. Cf. Documento de Aparecida, n. 365-372.