11 de mai. de 2010

O CULTO À SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA

“Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lucas 1, 48). A devoção mariana entre os cristãos, principalmente, entre os cristãos católicos, tem suas raízes na Sagrada Escritura. Já no Antigo Testamento fala-se dela quando o profeta Isaias diz que de uma virgem nascerá o Salvador (Isaias 7, 14). No Novo Testamento, a comunidade do evangelista Mateus percebeu que nela se concretizaram as promessas messiânicas sobre a vinda do ‘Emanuel’ (Mateus 1, 23). Na comunidade de São Marcos ela tem dupla ligação com Jesus: é a mãe e aquela que realiza plenamente a vontade de Deus (Marcos 3,35). A comunidade de Lucas deu um destaque especial a Maria já na anunciação, manifestando-a como bem aventurada por todas as gerações (Lucas 1,48). É ela que fala ao menino Jesus, reencontrado no templo entre os doutores (Lucas 2,41). Para o evangelista São João, nas boldas de Caná ela antecipa a hora de seu Filho e por Jesus crucificado é dada como mãe a João, o discípulo amado (João 2,2-5; 19,25-27). A fé e a devoção à Virgem Maria é tão antiga, remonta mesmo às origens do cristianismo, pois no livro dos Atos dos Apóstolos ela é apresentada junto aos discípulos no cenáculo, quando pela força do Espírito Santo teve início a Igreja (Atos dos Apóstolos 1,12-14).
Seguindo os ensinamentos do Santo Evangelho, a Igreja sempre prestou seu culto à Santíssima Virgem Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja. O culto à Maria Santíssima faz parte da vida litúrgica e dos costumes mesmo da Igreja.
Pela sua livre adesão ao projeto do Pai, à obra redentora de seu Filho, aberta às inspirações do Espírito Santo, a Virgem Maria é para a Igreja o modelo da fé e da caridade (Cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 967).
A missão de Maria em relação à Igreja é inseparável da sua união com Cristo, ou melhor, é missão profundamente decorrente da missão salvadora do Filho Jesus. Pela sua aceitação à vontade do Pai, Maria tornou-se para nós Mãe na ordem da graça!
Maria, aderiu à vontade do Pai, para ser a Mãe do Salvador Jesus Cristo, na anunciação; aos pés da cruz, ela manteve esta sua fidelidade, sendo naquele momento entregue à toda a humanidade como mãe – “filho eis aí tua mãe”; assunta aos céus, ela não abandonou este múnus salvífico e por sua múltipla intercessão toda a humanidade recebe de Jesus Cristo, seus favores e suas graças, sendo pois para cada cristão e cristã, Mãe, Advogada, Auxiliadora, Protetora e Intercessora.
A Virgem Maria, assunta aos céus é, por antecipação, modelo de toda a humanidade redimida por Cristo e em Cristo, único mediador entre Deus e os homens. Nela realizou-se plenamente aquela vocação sublime a que todos nós fomos chamados: à comunhão plena com Deus, em Jesus Cristo, quando formos arrebatados por Ele desta vida transitória aqui na terra.
A Igreja, em todos os tempos e lugares, mas sobretudo em momentos de perseguições e provações, exorta-nos a confiarmos “que a Santíssima Virgem Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no céu sua função materna em relação aos membros de Cristo” (Paulo VI, Credo do Povo de Deus, 15). Ela, Maria, é nosso modelo de discípulos e discípulas e, portanto, merece nosso louvor e veneração!
No Ano Sacerdotal, no Ano Jubilar da paróquia – 165 Anos – e na memória do Bem-Aventurado São José Operário, por ocasião da abertura do Mês Mariano, Pe. Izidorio Batista de Alencar, Administrador Paroquial!

MARIA, MÃE DO ETERNO SACERDOTE JESUS E MÃE DA IGREJA!

Ano passado, o papa Bento XVI, por ocasião da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus (19 de Junho), convocou toda a Igreja para a realização do ano dedicado aos sacerdotes. Na ocasião dizia ele: “tenho em mente proclamar oficialmente um «Ano Sacerdotal» por ocasião dos 150 anos do nascimento de São João Maria Vianney, o Santo Patrono de todos os párocos do mundo. Tal ano, pretende contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um seu testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo. ‘O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus’, costumava dizer o Santo Cura d’Ars. Esta tocante afirmação permite-nos, antes de mais nada, evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja mas também para a própria humanidade. Penso em todos os presbíteros que propõem, humilde e quotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Ele com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência” (Papa, Bento XVI, 16 de Junho de 2009).
Segundo os Registros da Diocese de Petrolina, Livro do “Histórico das Paróquias de Petrolina”, folha 10v. e 11, encontra-se o da Criação canônica da Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho de Granito-PE, em data de 30 de março de 1846. Conforme prescreve a Legislação da Igreja Católica, Código de Direito Canônico, Cân. 515, a Paróquia é constituída estavelmente, e seu cuidado pastoral é confiado ao pároco ou administrador paroquial, sob autoridade do Bispo Diocesano.
O mês de maio é dedicado às mães, segundo um antigo costume do nosso povo. Mas, para a Igreja Católica, a data é de devoção à Maria, Mãe do Eterno Sacerdote Jesus Cristo e Mãe da Igreja. A dedicação do mês de maio à Virgem Maria nada tem a ver com o fato de que neste mesmo mês se comemora o mês das mães. A dedicação do mês de maio a Maria Santíssima, segundo alguns escritores católicos, deve-se ao fato de que em 13 de maio de 1917, em Fátima, uma pequena cidade de Portugal, três crianças começaram a ter visões da mãe de Jesus, que a partir daí passou a ser chamada, também, de Nossa Senhora de Fátima.
Segundo a Sagrada Escritura, Maria ficou grávida por ação do Espírito Santo, antes de se casar, e assim correu o risco de ser apedrejada como era costume naquela época. Além disso, suportou a pobreza, a perseguição a seu Filho e, por fim, teve de ver Jesus ser condenado e crucificado. Que Maria, Mãe do Eterno Sacerdote, Crucificado Ressuscitado, possa acompanhar-nos na nossa missão. Que em nada anteponha-se ao projeto salvífico de Deus na história, mas ensine-nos a «fazer sempre o que Ele vos disser» (cf. Jo 2, 5). Que na hora das dores, dos sofrimentos, das cruzes pesadas que carregam os seus filhos sacerdotes, seguidores e discípulos, do Sacerdote Jesus Cristo, ela esteja aos pés das nossas cruzes diárias, como esteve aos pés da cruz do seu Filho (cf. Jo 19, 25), sem «nada poder fazer», para que se cumprisse o sacrifício Redentor em favor da humanidade. Que ela, Maria Santíssima, esteja disponível e de braços abertos para acolher-nos, assim como acolheu seu Filho ao ser tirado da cruz e depositado em seus braços. Que Maria, Mãe do Eterno Sacerdote Jesus Cristo e Mãe da Igreja, acompanhe e oriente nossos padres e o povo granitense, neste Ano Sacerdotal e Ano Jubilar da Paróquia, nos seus 165 anos de fundação!