25 de mar. de 2010

ANO JUBILAR DA PARÓQUIA!

165 ANOS DE PARÓQUIA: UMA HISTÓRIA A SER RE-CRIADA!

(30 de Março de 2010 – 30 de Março de 2011)




CONVITE!




A Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho tem a honra de convidar Vossa Senhoria, e seus familiares para juntos comemorarmos os 164 anos de Fundação desta Paróquia e, oficialmente, fazermos a abertura do ANO JUBILAR DA PARÓQUIA – (165 ANOS DE PARÓQUIA), a ser celebrado durante todo o ano de 2010, (30 de Março de 2010 à 30 de Março de 2011).


A solenidade de abertura do ANO JUBILAR será no próximo domingo (Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor), dia 28 de Março de 2010, saindo uma carreata às 18h00, da entrada da nossa cidade (Concentração e Benção dos Ramos no Posto de Gasolina de Granito-PE), seguindo até a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Conselho, onde celebraremos a Santa Missa e, declararemos aberto o Ano comemorativo do aniversário da paróquia.





Desde já contamos com a vossa presença!






Atenciosamente,


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Pe. Izidorio Batista de Alencar


Administrador Paroquial

O TESTEMUNHO PROFÉTICO DE DOM OSCAR ROMERO!

Pe. Izidorio Batista de Alencar
Há trinta anos atrás, o mundo “como que em dores de parto”, assistia a dolorosa notícia do assassinato de Dom Oscar Romero. Exatamente, naquele 24 de Março de 1980, durante o ofertório da missa enquanto celebrava a Eucaristia em memória de dona Sarita Jorge Pinto, com sua família e vários doentes de câncer do pequeno Hospital da Divina Providência, na capital de El Salvador, na América Central.Hoje 30 anos depois, em várias partes do mundo, faz-se mobilizações, vigílias, romarias e missas na sua memória. São inúmeras as pessoas que de diversas partes do mundo acorrem a El Salvador para celebrar esta memória e visitar os lugares, onde viveu, pregou, defendeu a vida do seu povo e, onde este “pastor e mártir” derramou o seu sangue, como sinal de libertação e de vida para o seu rebanho.Já no início do cristianismo, quando ser cristão não era tradição, nem fato social, Tertuliano vendo o testemunho e a coragem de tantos homens e mulheres, por amor a Jesus de Nazaré e amor aos irmãos e irmãs, afirmou que: “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. Esta sábia profética expressão de Tertuliano é muito verdadeira e ganha pleno sentido, quando hoje vemos milhares de pessoas que frente a toda a perseguição e tortura do povo salvadorenho, enfrentam as forças de oposição e celebram com ousadia e coragem a memória do venerável Oscar Romero.Acabo de ler um testemunho de Luiz Carlos Susin, que se encontra em El Salvador, para participar do Simpósio “A los 30 anõs del martírio de Monseñor Romero: conversión y esperanza” (Disponível em: http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=46319). Neste seu testemunho encontro vários pontos que me chamaram à atenção, mas destaco apenas, aquilo que ele fala das “crianças e jovens que mesmo sem terem conhecido Dom Oscar Romero recorrem aos lugares para celebrar esta memória porque intuem nele um pai a quem admirar”.Recordo de muito cedo na minha vida ter ouvido falar de Dom Oscar Romero, assim fui crescendo e sempre mais esta história me chamava a atenção. Quando então, ingressei no seminário, no meu primeiro retiro espiritual, a pregadora projetou um filme (não sei o nome) de Dom Romero. A vida e o testemunho daquele homem me comoveram e, por várias vezes não contive as lágrimas. Foi então, a partir daquele dia que comecei a elaborar o meu Projeto de Vida, como um jovem aspirante ao ministério sacerdotal. Durante a caminhada de formação pelos diferentes lugares por onde passei na caminhada formativo, muitas foram as dificuldades e incompreensões enfrentadas, porém, auxiliado pela graça divina e sob a intercessão do bem aventurado Oscar Romero, consegui vencer e chegar ao fim deste processo de formação nos seminários.Numa destas grandes turbulências enfrentadas no processo formativo, tendo sido ameaçado de ser mandado embora do seminário, confiei a minha vocação sacerdotal a Jesus Cristo, espelhando-me no testemunho de Dom Romero, pedindo-lhe coragem e discernimento naquele momento, prometendo-lhe, no entanto, um dia presidir a eucaristia sob o túmulo onde jazem os seus restos mortais.Atualmente, com um ano e pouco de ordenado, sei que sempre contei e contarei muito mais com esta presença espiritual intercessora, do pastor e mártir, dom Oscar Romero. Neste momento histórico, frente a tantas crises que passam nossas casas de formação, precisamos pedir a Deus, por intercessão de Oscar Romero, para que nossos jovens queiram consagrar-se ao teu serviço, sobretudo, na opção pelos mais pobres e excluídos, em vez de fazerem do ministério um meio de status e de poder.

22 de mar. de 2010

AS RESISTÊNCIAS DE DOM ROMERO HÁ 30 ANOS ATRÁS

Dayis Loza Granados – CEBs da Nicarágua
-As resistências de trinta anos atrás às ditaduras cruéis e sangrentas que governavam nossos povos pobres, que matavam sem piedade a tantos inocentes, nas guerras, para despojar-nos de nossas terras, da liberdade de expressão, das reivindicações conseguidas em algumas ocasiões, por querer que desapareçamos definitivamente das lutas organizadas do povo pela justiça e pela paz.-Como Dom Romero nessas circunstâncias assume um claro e decisivo compromisso evangélico libertador e uma clara posição nas lutas do povo e se converte na voz dos sem voz e uma pedra no sapato desses poderosos que, por seu dinheiro, acreditam ser donos do mundo.
Contra quem resistíamos?
-Contra governantes corruptos e títeres do império norteamericano.- Contra exércitos repressivos que manchavam e desrespeitavam o direito à vida das pessoas, sobretudo a uma vida digna.- Contra a ingerência norteamericana no rumo que nossos povos devem tomar.- Contra os que nos tiraram o desejo de lutar por um mundo mais justo, mais humano.- Contra perder nossas vidas, que nos roubassem a ilusão e nossos sonhos de algum dia ser sujeitos ativos de nosso próprio desenvolvimento, livres e independentes.- Contra que nos tirassem a vontade, a razão, a fé e a esperança.- Contra que arrebatassem mais vidas inocentes, para satisfazer a ambição dos poderosos.- Contra continuar permitindo que os recursos naturais de nossos países fossem destruídos e acumulados pelos latifundiários.- Contra a imposição de guerras, fome, desnutrição, doenças, destruição dos bens conquistados.- Contra a concentração das terras em poucas mãos.- Contra o desaparecimento de líderes, levados pela Guarda Nacional às noites e nunca mais foram devolvidos às suas famílias.
Como resistíamos?
-Organizando o povo na luta armada contra as ditaduras que oprimiam, assassinavam e roubavam ao povo.- Tomando consciência da importância de nosso compromisso na participação da luta pela libertação das garras do imperialismo e de todos aqueles que nos escravizavam.- Com a formação de lideranças cristãs e a prática do evangelho libertador de Jesus e, sobretudo, ter encarnado esse evangelho na história de nossos povos.- Com a luta organizada do povo pobre e o compromisso inquebrantável de nossos heróis e mártires de dar a vida sem pedir nada em troca. Somente com a esperança no Deus da vida, de que haveria uma vida melhor para os pobres do mundo.
Contexto 30 anos depois
- Todas as coisas continuam vigentes, apesar de que de forma mascarada: a violação dos direitos humanos; já não nos matam com uma guerra armada, mas com a fome que padecemos, pela destruição do meio ambiente por parte das grandes empresas transnacionais e dos oligarcas nacionais, com a imposição do livre mercado, com a falta de emprego, com a imposição de nossos governantes e não deixar que sejam eles quem decidam o que é melhor para cada cidadão e para o país, com a ingerência norteamericana nas políticas públicas de nossos povos.- A globalização do mercado, que é uma brincadeira de mal gosto aos nossos produtores, especialmente porque nunca poderemos competir com os grandes produtores dos EUA, que recebem subsídios por parte de seu governo.- As riquezas que estão concentradas em poucas mãos.- A falta de políticas públicas que beneficiem as grandes maiorias.- Pela privatização dos serviços básicos.- Os poderosos continuam falando em nome da democracia, fechando os espaços de organização do povo.- As migrações forçadas.- O narcotráfico que nos usa como ponte para passar para outros países.- A corrupção que existe nos governos, a polarização da política.- A prostituição infantil comercial, a violência geral que se estabeleceu em nossa sociedade.
Como se desenvolvem as resistências hoje?
- Criando e promovendo novas alternativas de vidas; potencializando a participação e a incidência cidadã nas políticas públicas.- Formando integralmente as bases; unindo fé e política.- Lutando para que haja ética e transparência na política.- Sendo críticos construtivamente.- Colocando em prática o evangelho libertador de Jesus.- Retomando o exemplo de nossos heróis e mártires, especialmente o de Dom Romero, nas lutas por nossas reivindicações.- Denunciando tudo o que vai contra o desenvolvimento dos povos pobres.- Articulando nossas lutas em âmbito centroamericano e latinoamericano.- Desenvolvendo projetos sociais pela vida que vêm a paliar um pouco a necessidade das pessoas e nos ajuda a participar ativamente no desenvolvimento de nossas populações.- Colocando em prática a voz profética de Dom Romero.
A que resistimos?
- À globalização neoliberal- A que nos escravizem completamente com o consumismo.- A que nos roubem o direito à vida.
Mensagens e práticas de Dom Romero que nos dão critérios para:
- A denúncia.- Os que o conheceram de perto nos dizem que Dom Romero era uma pessoa muito conservadora; custava aceitar os documentos de Medellín; depois, converteu-se no mais fervoroso defensor e impulsionador de ditos documentos. Entendemos que Dom Romero viveu muitas horas de sofrimento interior. Enfrentou suas crises religiosas com honradez e, por isso, chegou a ser um homem de seu tempo, um guia para todos.- A crise aparece quando temos que fazer coisas que são necessárias, por exemplo, a denúncia profética: "é dolorosa, porém, necessária" aos que gostam de atirar na cara da sociedade os seus pecados: não gostaria de dizer o que disse, mas Deus manda dizer" (3 de setembro de 1978).- O profeta Jeremias chegou a maldizer a hora em que nasceu, era a hora de crise; não gostava de denunciar as injustiças; porém, sentia-se obrigado por sua consciência e por Deus (Cf. Jer 15,10ss). Algo do profeta Jeremias poderia ser meu papel (3 de setembro de 1978 ; v. 166); estas palavras nos fazem sentir a dor e o sofrimento que viveu para ser fiel ao evangelho libertador de Jesus; sem contar a solidão que experimentou por não sentir o apoio de muitos de seus irmãos sacerdotes e bispos.- Falar a verdade é sofrer o tormento interior que os profetas sofriam.- Porque é muito mais fácil predicar a mentira, acomodar-se às situações para não perder as vantagens, para ter sempre amizades, para ter poder (22 de abril de 1979 / VI 313).
A articulação fé e política
- A Igreja não se identifica com nenhuma opção política concreta, mas apoio o que de justo existe nela.- Assim como está disposta a denunciar sempre o que tenha de injusto, não deixará de ser voz dos que não têm voz; enquanto existam oprimidos, marginalizados da participação na gestação e nos benefícios do desenvolvimento do país (20 de maio de 1979).- Não devemos estranhar que como pastor de nossa Igrejas católica assumisse com responsabilidade seu compromisso de ir tornando realidade a construção do Reino de Deus, porque se tudo o que se busca é bom e justo é reino de Deus.
A análise do conflito
-Se existe um conflito entre o governo e a igreja não é porque a Igrejas seja opositora política do governo, mas porque o conflito já está estabelecido.- Entre o governo e o povo, a igrejas defende ao povo (21 de outubro de 1979 / VII 364); veja que o conflito não é entre a Igreja e o governo. É entre o governo e o povo e a Igreja está com o povo e o povo está com a Igreja, graças a Deus (21 de janeiro de 1979). Dom Romero não tinha medo do conflito quando o conflito era provocado pela fidelidade ao Senhor; ele estava claro de que o evangelho que a Igreja predica sempre provoca conflitos.
Dom Romero nos ensinou uma nova evangelização que é transmitir com eficiência e fidelidade a boa nova dos pobres, não porque inventou métodos e conteúdos novos, mas porque fez sangue verdade e história a doutrina do evangelho.
Todas essas dimensões foram discernidas muito claramente por Dom Romero e nos dão um exemplo de qual deve ser nossa primeira preocupação como cristãos: ir-nos identificando cada dia mais com Jesus, radicalizando-nos em seu evangelho libertador.
Outros tempos, outros lugares: desafios que sua memória martirial nos impõe na construção de uma sociedade mais justa
Na atualidade seguimos sua memória, inspirando-nos a tentar sanar a política; que realmente se opte por ela para responder a necessidades e problemas dos povos, especialmente dos mais pobres a partir da opção preferencial pelos pobres.
Na história atual
Na política
Na Igreja
Entre os mais pobres
Nos governantes
Desafios
Não calar por medo de enfrentar aos mais poderosos; estar claros de que se calamos nos convertemos em cúmplices das injustiças que cometem contra os mais pobres.