As Comunidades Eclesiais de Base ainda existem?
As Comunidades Eclesiais de Base, nasceram na Igreja do Brasil, nas décadas de 1960 -1970, algumas mesmo antes deste período. Porém, enquanto caminhada da Igreja de modo articulado exprimiram-se na década de 1970. Seu contexto de origem retoma uma época histórica bem fecunda e de grande tensões sócio-políticas e eclesiásticas. Porém, um tempo em que a Igreja assumiu decisiva e ousadamente a “opção preferencial pelos pobres” sendo frente aos conflitos de governos ditadores, a “vez” e a “voz” dos sem voz!
Já na década de 1950, tivemos muitas iniciativas eclesiais. Foi neste período que foram dados os primeiros passos na criação da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Neste sentido, quanto ao surgimento das CEB´s, quase todos os estudiosos do assunto estão de acordo em afirmarem que foram muitos os movimentos e as iniciativas que prepararam o terreno de nascimento das CEB´s.
Nos confirmam isso que acabamos de afirmar experiências eclesiais tais como: A Catequese popular de Barra do Piraí (1956 ), o Movimento de Natal (1948) e o Movimento de Educação de Base (1958).
Nos anos 1990, num panorama político e eclesial bem diferente daquele, a Igreja volta sua atenção para si mesma na “volta à grande disciplina” e num projeto centralizador, encabeçado pela Cúria Romana, sobretudo, na condenação de vários teólogos latino-americanos, companheiros e companheiras das CEB´s. Igualmente, neste período temos a ênfase dada aos movimentos eclesiais de cunho tradicionalistas e neo-conservadores. Nesta linha de frente, passa ao centro das atenções um modelo de Igreja centrado predominadamente no eclesiástico, com um forte acento no ministro ordenado (sacerdote), em detrimento do protagonismo dos leigos; Destacando-se um estilo de padre pré-Vaticano II, no qual se destaca o elemento exterior, nos seus traços físicos e nas suas formas de piedade. Um homem distante do povo e que tem sempre a última palavra em questões de religião e de ‘pastoral’.
É claro que frente a tudo isso e com a “época de ouro” dos movimentos neo-pentecostais, as CEB’s sofreram um impasse significativo. Foram muitas vezes alvo de críticas e de denúncias de muitos dentro e fora do seio da Igreja. Muitas pessoas desinformada atestavam de consciência tranqüila o fim das CEB’s. Dentro da Igreja fiéis e pastores que se sentiam incomodados com o jeito de ser Igreja das CEB’s, proclamavam em alto e bom som, seu fim. Certamente, para muita gente a morte das CEB’s seria interessante, mas a verdade não é essa. Elas não morrem, não são coisa de gente velha, nem estão ultrapassadas, pois, os encontros de Comunidades Eclesiais de Base mostram com muita esperança e potencial a vivacidade das CEB’s e a presença da juventude nelas.
Quanto à Diocese de Petrolina, mesmo que certas pessoas digam que na Diocese não tem CEB’s, estamos convictos que elas vivem sim, mesmo que estejam sofrendo uma grande crise de articulação, por causa do descuido e da falta de acompanhamento das comunidades, sobretudo, das rurais. E, que nas áreas urbanas e nos grandes centros, as CEB’s não são vistas porque não se tem uma presença da Igreja, nestes espaços que reúna o povo no jeito das CEB’s e, manifeste a real situação de miséria vivida nestes ambientes.
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