5 de dez. de 2012

AS SANTAS MISSÕES POPULARES PARA UMA PARÓQUIA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO!

                Nascida no século IV, como modelo eclesial administrativo, a paróquia não encarnou verdadeiramente o teor missionário do cristianismo, na sua ação evangelizadora. Modelo eclesial que se confirmou e vem perpassando séculos, chegando ao século XXI desatualizado e cercado de muitos desafios, revelando-se missionariamente impotente diante dos desafios atuais.
O tempo presente, seus desafios, valores sociais, demográficos (sua extensão territorial) e religiosos (sacramentalização, distanciamento de muitos fiéis, centralismos) atuais nos desafiam mostrando a necessidade de reestruturação das paróquias, para que elas sejam missionárias.
A pergunta que se faz é a seguinte: pode a paróquia ser uma instituição missionária? A resposta a esta provocação é o ponto de partida para esta reflexão ao longo no texto que nos propomos a aprofundar.
A Conferência de Aparecida acredita que a paróquia pode ser missionária, mas precisa passar por um profundo processo de mudança nas suas configurações atuais, na busca de reestruturação. Não basta incorporar adeptos sem identidade cristã e pouca pertença, mas ela precisa ser uma comunidade de discípulos missionários, que vivam sua fé em pequenas comunidades, comunidades criativas, dinâmicas e abertas para a acolhida e a participação ativa, em permanente formação.
A caminhada da Igreja no Brasil, ao longo do tempo tem mostrado, que a vivência em pequenas comunidades tem sido uma saída para a urgente e necessária renovação das paróquias; entre estas experiências exitosas, destacam-se na interação fé e vida, participação e compromisso na defesa da vida as Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs.
Neste caminho de busca pela renovação das paróquias, desde a década de 70, temos contado com a experiência das Missões Populares, assumida por diferentes grupos e congregações religiosas que atuam nas missões.
As Missões Populares (Santas Missões Populares) buscam, por diferentes caminhos e meios, concretizar a missionariedade da paróquia, suscitando e dinamizando setores e pequenos grupos de famílias e de seguimentos da Igreja.
As Santas Missões Populares têm como meta a geração de discípulos missionários inseridos no seio de pequenas comunidades eclesiais, células vivas da paróquia, numa experiência de agrupá-las em setores (núcleos de evangelização) dentro da paróquia, no seio da grande comunidade, que é a diocese.
No esforço de renovação da paróquia, as Santas Missões Populares são um meio de reinventar a paróquia e fazer dela uma rede de pequenas comunidades compostas de pessoas com experiência de discipulado e compromisso missionário, na “alegria de ser discípulo missionário de Jesus Cristo”.
As Santas Missões Populares, na linha da Conferência de Aparecida, são um instrumento privilegiado capaz de propiciar a passagem de uma paróquia centrada numa pastoral de conservação a uma paróquia rede de comunidades missionárias e comprometidas na defase da vida. Neste processo dois elementos se fazem necessários: a formação dos leigos e a organização eclesial.

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