16 de jul. de 2013

'O VALE ACORDOU' E A CORAGEM QUE NÃO TIVEMOS!

             Quanta alegria e entusiasmo vê uma bela reflexão dessas, feita com inteligência e amor, como a que se segue:
Os estudantes petrolineses do movimento ‘O Vale Acordou’ continuam ocupando a Prefeitura de Petrolina. Dessa vez o movimento subiu o tom e falou sério: Não quer sair até ter suas reivindicações atendidas ou, ao menos, ter um sério posicionamento acerca das reivindicações. E eles falam sério.
Neste Blog e nas redes sociais essa informação pipocou de comentários. A grande maioria, de apoio e incentivo. Uma minoria desdenhou e riu da quantidade de manifestantes. Mas eles não são poucos. Aliás, são milhares.
Os quase cem manifestantes que resistem representam bem mais que o número de presentes. Representam nossa esperança, a coragem para ousar, mudar e até expõem a nossa própria covardia e inveja de não ter tido a coragem a mesma coisa.
Nos comentários, sofrem agressões e acusações de que são 15 ou 30. Poderiam até ser menos ainda. Poderiam ser apenas um mais um, e ainda assim seriam mais que dois. Mas não são poucos e estão se multiplicando.
Passei por eles pela última vez lá pela 23 horas, e estavam todos lá. E estavam firmes!
Muito mais corajosos dos que os anônimos que lhes agridem, muito mais fortes do os poderosos que lhes torcem o nariz e muito mais idealistas que os poetas não publicados, que os valentes que não foram à luta e que os estrategistas que nunca puseram em prática.
Esses meninos também erram o tom. Batem cabeça, não têm a mesma opinião, divergem de foco e, por vezes, erram nos meios para atingir os fins. Normal e perfeitamente aceitável. Como todos nós, têm qualidades e defeitos, erros e acertos.
Na tarde desta segunda, vi moças e rapazes que estudam em colégios e universidades na cidade cobrando transporte e dignidade para jovens que moram na zona rural, como os distritos de Atalho e Caititu. Não lutavam só por sua passagem diferenciada ou por ônibus confortáveis, com ar condicionado para levá-los para estudar. A briga é por todos. Cobram tratamento digno, responsabilidade pública, saúde decente e educação de qualidade.
Os meninos que estão sozinhos na prefeitura, na verdade, guardam também nossos sonhos libertários. Inclusive os sonhos dos que os criticam, esses impregnados pelo vício do cargo político público. Levam também nosso desalento arrependido porque não tivemos a coragem para fazer isso.
Somos todos parte da omissa e submissa plateia, que agora, vaia ou aplaude o que não temos ainda a capacidade de entender. Talvez nem eles saibam o tamanho do seu gesto ou compreendam o valor de seus atos.
Não invadiram a prefeitura somente. Levantaram a voz, disseram que não somos mais uma manada irracional que abaixa a cabeça e segue sem compreender a marcha. Por todo o Brasil, movimentos dessa natureza deram um sopro de vida a um povo acostumado a não viver, somente a aguentar.
Não são heróis porque invadiram a prefeitura e dormiram por lá, mas são especiais porque decidiram que melhor que rebelde sem causa é jovem que assume uma causa para se rebelar. São mais aguerridos que nós, são mais comprometidos que nós e têm mais atitude que jamais tivemos. Falar é fácil, julgar é facílimo e fazer é pra quem tem atitude.
Não vou aceitar a crítica de que exagero, vou aceitar apenas a prova contrária de quem fez, de quem acreditou, realizou ou, apenas de quem tentou mudar.
O movimento não é de estudantes, não tem dono (eles fazem questão de não existir líderes) e não tem ideologia político-partidária…Cabe eu, você que lê o que eu escrevo agora e até quem não percebeu ainda que estamos vivendo um momento mágico e que estamos escrevendo a história que um dia vão contar.
Nas redes sociais estão pedindo que mais gente se junte, que revezem com quem está há muito tempo, que mais gente participe e que mais atores juntem-se a esse momento dessa novela chamada vida. Nossa vida.
Não precisa bater pra entrar, senha pra fazer parte ou convite pra participar. A mudança está acontecendo agora e o momento da escolha chegou: Vai ser protagonista da própria história ou preferir ser espectador de sua própria vida que estão mudando pra você?

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